Esqueça as teorias físicas que o homem já formulou, todas as leis que
regem o universo, e se concentre apenas no seguinte: você é uma
partícula que pode viajar na velocidade da luz. Cientistas do Instituto
para Estudos Avançados, em Austin (Texas, EUA), resolveram fazer uma
simulação teórica de como isso funcionaria.
Esta iniciativa partiu de novos estudos com o neutrino. Trata-se,
basicamente, de uma partícula subatômica que seria capaz de se locomover
mais rápido que os 300 mil quilômetros por segundo que a luz atinge.
Einstein refutou a possibilidade de podermos nos locomover tão rápido
quanto a luz, basicamente porque demandaria energia infinita, mas
estudos recentes têm colocado esta ideia em cheque. De qualquer maneira,
ainda está totalmente no campo da suposição uma viagem humana nessa
velocidade.
Em primeiro lugar, como explicam os pesquisadores, nossa habilidade
de ver a luz sofreria alteração. Se a luz chega até nós e é captada,
sendo muitíssimo mais rápida que o nosso olhar, não se sabe ao certo
como poderíamos vê-la estando na mesma velocidade do que ela.
Ainda no campo visual, imagine que saímos da Terra com uma nave à
velocidade da luz. Essa é a velocidade que o sinal das transmissões de
TV alcança o satélite e são rebatidas por ele. Se saíssemos da Terra na
mesma velocidade, não captaríamos o sinal de ida, apenas estaríamos
indo de encontro ao sinal de volta. Com isso, veríamos o vídeo de trás
para frente.
Indo mais longe, como seria um mundo em que objetos se locomovessem
acima da velocidade da luz? Nós os veríamos normalmente? Os cientistas
de Austin acham que não, e colocam uma analogia fácil de entender.
Imagine que você está no chão e vê um avião a jato, voando acima da
velocidade do som. O que acontece, nesse caso, é que você vê o avião
antes de ouvir seu ruído, porque o som chega atrasado. Quando ele chega,
é como um estouro, porque todas as ondas sonoras que o avião já
produziu se “amontoam” juntas.
Da mesma forma, se um avião de neutrinos (para colocar em termos
práticos), voando acima da velocidade da luz passasse no céu acima de
você, ele não seria visível naquele momento. Quando a luz do avião
chegasse, não distinguiríamos um avião, e sim um “flash” no ponto por
onde ele passou, indicando um rastro de ondas eletromagnéticas. Mas essa
idéia, assim como as anteriores, ainda está no campo das meras teorias.
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